quarta-feira, 26 de novembro de 2008

A UMA MULHER AZUL

(gravura: Neli Vieira)
Existem mulheres e mulheres
Mas para mim só existe uma
Pequenina, bonitinha, sensível
Assim como uma flor de linhaça.

Não sei porque
Mas essa mulher azul,
Entre tantas outras,
Que não são azuis
E que existem por aí,
Entrou na minha vida
De uma vez por todas
E assim, definitivamente
Por que será?...
Não sei explicar.

A conheci numa destas
Voltas que a vida dá
E desde que a vi pela vez primeira
Ficou ela encravada em minha mente

Tornamo-nos amigos.
Só a amizade não basta
Para um homem apaixonado
E assim, passamos a nos falar
(os nossos telefones que o digam)
a discutirmos sobretudo artes, gostos, paladares,
cheiro de flores, perfumes, livros, vestuários
E a enfrentarmos caminhadas
A fim de nos revermos e andarmos juntos à toa, à toa...
Até quando, até quando?...
Pergunto eu encabulado.

Afinal de contas
A vida é mesmo breve.
E não é somente isso:
Flores, fotos, caminhadas, gostos e paladares.
A vida também é delírio, sonhos,
Embriaguez dos espíritos, olhares, gemidos
É comunhão de pensamentos
É deleites juntos. É ansiedades
É prazeres, é realizações dos sentidos.
Portanto, o que faremos nós,
Aqui parados na curva do tempo?...
Heim, me diga per favoire.


Um comentário:

Edilene Santos disse...

Maravilhoso poema, meu amigo...
Oxalá haja muitas mulheres azuis no mundo.
Um abraço
Edilene